quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Deus é o dinheiro


Deus é o dinheiro
E as moedas, Ave Maria


Apêndice I
Das várias faces de deus


De uma coisa todos nós temos razão: o que une todos os Homens é deus. E deus é o dinheiro. Este personagem é a única virgem sempre procurada. É uma aparição metamorfa de dias e leves carcaças queimadas de seres humanos ao léu, culpada e voraz, existência á parte, vida incalculada. O dinheiro é o verme que anda entre nós nos sujando as mãos. É a miséria imediata das verdadeiras riquezas. Não carrego aqui códigos morais, mesmo por que toda a moral nunca resiste ao dinheiro, mas sim certo nojo ao alvoroço, ao desconforto de se buscar e cada vez mais buscar um pouco mais de deus em nossas vidas..
Deus em varias cores, em varias faces, em varias igrejas-bancos. Deus com animais em extinção, deus em metais nada nobres, deus em máquinas caras e ilustrativas, frutos de um homem cada vez mais preguiçoso e doente, refém de subterfúgios fúteis em variedades estimadas.
O conceito “deus” se aplica ao adorado. Se aplica ao nunca negado, se aplica á escravidão de seres. Se introduz por intermédio de mentiras, como alicerces fáceis de uma cultura abatedora e carrasca, quando evita as vacas de desfilarem sem rumo. Deus agora se esgueira entre números em igrejas-bancos-créditos, quando caixonetes lhe explicam a melhor forma de sustentar seu pequeno deus, sua pequena fé em seu manto seguro, o Limbo-cofre. Quando você acorda deste pesadelo branco de teimosias conceituais, em matemáticas frívolas, em desempenhos abaixo do respirar vital... vê deus como câncer.
Pela manhã algo lhe obriga. Há um pensamento inverossímil a procura de algo. Há um desejar pulsante como uma veia livre, independente de tudo, como vivesse autônoma, a procura de deus – uma arara, um papel de valores divino-econômicos – deus é magnânimo! Ele é dado nas TV`s, ligado á jogos!, motivo de apelo piedoso por miseráveis do mundo – mais uma chance de ca(ta)tolizar as máfias terrenas, os valores em bolsas, mercados-estados – a putaria santa do enriquecimento indireto.
É indecente um povo utilizar para comprar seu alimento, para limpar seus filhos, para gozar nas camas, papel tão imundo e extraído de forma tão demente possível. Todos os animais prostituídos em suas faces. Aquela indigna inscrição, “Deus seja louvado.”, me faz um pequeno Nero de avisos.. aquela experiência mística quando o apresentador, xamã-demonio, entrega em mãos, em mãos insaciáveis por glória!, por esperança!, por dinheiro! – ás velhas senhoras que entram em êxtase ao devorar em seus dedos aquelas pequenas parcelas (notas) divinas que lhe irão alavancar os suprimentos, os pequenos delitos e vícios do dia-a-dia – enquanto seu cristianismo descansa em paz sem saber de fomes, mortes e doenças soltas pelo mundo á fora.
Negros, bichas, muçulmanos, crentes nojentos e toda corja Ideotípica do mundo, adoram o mesmo ser. Um ser imerso em peles, um ser duplo, corrosivo, que sustem á ti em sustentá-lo. Macumbeiros, surdos, ignorantes, vitimas, assassinos e piranhas. O que eles querem? O que carregam em comum? Deus. Quem é a vitima? O chão. E os monstros? – resposta ainda aguardada por alguém realmente honesto.


Apêndice II
Dos dez mandamentos de deus


Não me roubarás, seria o primeiro. Conquiste-me da maneira mais limpa, meu filho. Seja um imundo servidor publico e do patrão. Limpe sua bunda com a urtiga dada por eles.
Claro que não irei fazer comparações com os simples rituais morais de priscas eras, nem me ater a pequenos relatos antigos de austeros adoradores do vazio interior das coisas. Vamos aos correlatos. Ver, negar, regar ou prever, seriam mesmas flatulências. Você fará, e terá!, de fazer tudo para manter-se de pé. Na corrida do mundo nunca pode chegar em segundo. Seu vizinho tem mais, seu patrão retém, sua empresa cresce, e você morre. O dinheiro continua, o reino de deus - enquanto nós, as pequenas baterias de lítio, substituídas ao acaso - desaparecemos. Famoso Espólio.
Não desejar o dinheiro próximo, a não ser que trabalhe para isso. Não é desde já uma sentença de morte? Veja bem, tenha, mas pague antes. Pegue, mas deixe em troca. Eita! mundinho judeu que não acaba...
Ainda bem que não sei todos os mandamentos da antigüidade, mas o de hoje, saltam ao olhar:
- Acordarás cedo, muito cedo, para o batente á aguardar.
- Não reclamarás se for um coitado trabalhador braçal – isso caso você tenha faltado ao regime fechado do ensino, que nos aterroriza na infância.
- Aceitará e acatará imediata e serenamente (servil) a toda e qualquer ordem – por mais absurda e inconveniente – desde que redigidas por seu fiel superior.
- Logrará ás Igrejas-bancos toda sua fé e sua pequena quantidade divina – frutos do trabalho – que arrecadas-te, segurando-se assim de seu precioso poder em mãos.
- Salvará estes pelas manhãs (o trabalho e a chance de colher moedas da árvore dinheiro).
- Dividirá bem seu deus com toda a sorte de lojas e comércios ambulantes em sua atmosfera solitária.
- Trocará sempre seu deus por pequenos anjos de igual valor.
- Prestará contas da existência saudável de seu próprio deus – atinja o nirvana ao declarar seus impostos divinos ás Igrejas-estados.
- Lutará por seu deus.
- Morrerá por seu deus.
- E enfim, ... não gastarás seu deus com drogas.
Dá para ter uma breve idéia de tudo o que nos guia.



Apêndice III
Da morte sem deus


“Pobre” daquele que morre sem deus. Aquela apertada caixa de compensado de segunda mão. Jogada a aquela cava molhada da chuva anterior. Uma meia-dúzia de desamparados que não mais contarão com a medíocre contribuição divina-econômica do recém defunto, á chorar com plenos pulmões.. ,( sem contar os Mefistófilis vindouros do inferno em Terra á cobrar a família infeliz, mas devedora)- Ante isso, Sou um demonizador de deus..
A pobreza hoje seria o satanismo de antigas passagens. Todos temem. O temor da morte sem grana, ou na pior das hipóteses, da VIDA sem deus – pois que medo teriam de não ter dinheiro para gastar debaixo de sete palmos?
A morte sem heranças, sem heranças divinas da satisfação fácil – dane-se o resto. As hierarquias em propulsão, pois estas são alicerces básicos, sapatas brutais!, concreto armado!. Serrado á nossos corações como vitimas escusas da dor!
Você vive sem deus – perde sexo, perde comida, perde satisfação, é escravo, assalariado, manipulado e marcado. Quando morre, é uma estatística. Quando vive, um numero. Antes de nascer, uma especulação. Converta tudo em números e guarde o que puder nos bolsos.
Equilíbrio socio-econômico. A grande arquitetura!!! Um emprego, uma educação, uma posição satisfatória e folgada. Um limbo astral de divinas conveniências com crimes organizados á espalhar a escravidão á seu irmãos. Mas todas as vacas ainda querem mais!!!
Desde já desejo azar a aqueles que contemplam á deus como uma necessidade ambígua, uma perca sentida, uma vida completa.
Seja-mos ateus do dinheiro.




Labuta salva, fratura exposta
.

-mike cost-

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