segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quanto maior o castigo, melhor a fuga


Crianças pegam fogo em meu paraíso lisérgico. Homens e mulheres, como mesmas sementes viáveis a todo tipo de absurdo por prazer, por poder, por seduções cabalísticas infernais ou suaves, se arremetem sobre múltiplas vertentes ao amanhecer das feras, ocultos sobre os dentes dançantes das alegorias vivas, a caminho de mais uma noite de culto ao corpo - um resto de insanidade perfeita a qual tanto sonhamos e perdemos com o tempo e besteiras das quais algo ainda foi ou será concretizado. Todos os perigos estavam La fora, já não existia mais a civilização, toda a economia ruiu, todo o homem se rebelou contra os grandes detentores da tal grana.! Todo o colapso se deu. Uma doença, para conter a fúria. Sempre há cartas nas mãos do COMANDO...
Através dos vidros quebrados e sujos demais em varias partes do território, podia se ver ainda um sinal de alerta quando as tribos se intervinham. Nosso dilema era sempre saber ter a plena incerteza das verdadeiras intenções dos demais. Então, nos preparamos sempre para atacar... nada poderia restar de insignificante nestes instantes ainda respirando. Éramos os filhos sadios da perversão, as pequenas crianças que insistiram em viver e carregavam consigo o desejo de ir até o fim.
Agora estavam todos aos pés da montanha, todos! Todos os moradores do território Nenhum. Todas as criaturas que optaram viver sem nada daquilo que seus antepassados tanto cultuavam. Sem nada que poderia lhe representar algo fora do grande delírio! Da grande intenção! Criar uma onda de orgasmo universal a ponto de abalar os eixos magnéticos da própria Terra! Mudar o rumo de tudo que caminha para o caminho degradante da aniquilação. O monumento do homem, sua própria morte...
Após as fronteiras chegarem ao colapso do real, ao imundo colidido com a pureza higiênica cristã, que cavalgou séculos para morrer agora em nossas portas, nossas mulheres abandonaram as crianças e fomos andar por outras terras. Era o fim dali que se existiu. Ainda era por puro acaso do certo. Aqueles pequenos pedaços de nós deveriam então trilhar rumo ao nunca conhecido. Ao terrível e derradeiro destino. Optar pela sua própria selvageria a cheirar perfume entre paredes redomas angustiantes. Aparelhos para felicidade. Idéias para a felicidade. Costumes, mortes objetuais,... e todo este lixo que foi queimado no dia do Fim.
Prometemos que daqui, onde nos encontramos, mandaremos belas saudações entre orgias e danças a vocês, restos. Avistamos o passado e o passado é vocês. Somos o belo castigo. A suave fuga... o imerso em mentiras... a cura pela falta de qualquer noção sacramentada das coisas... os verdadeiros demônios da terra... a nova criatura que se ausentou á espera da grande explosão.
Como tudo que começa, como tudo que termina, convido-lhes á um pacto. Que todos, sem exceção, se comprometam a não terem mais filhos. A não fornecerem mais matéria-prima ao grande COMANDO que cresce a cada dia com seus rebanhos sadios de seres-humanos. Afinal de contas, a reprodução é apenas um detalhe...


-mike cost-

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